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AUSÊNCIA DO OUTRO
Por Cármen Lúcia Dantas*
O processo de criação em Alexandre transita na via dupla entre o universo das vivências amorosas, no ápice da grande paixão, e a tentativa de superação da perda diante da ausência irreversível do outro. Nessa gangorra de sentimentos, o poeta trabalha a linguagem na espontaneidade dos diálogos afetivos, despojada de metáforas e rica em humanidade.
As palavras, de tão cruas, chegam a ser puras e adquirem a poeticidade do libertário. Não há subterfúgios para dimensionar a saudade do desejo. Não há disfarces no prescrever as sentenças, nem nas lembranças mais caras e mais íntimas. Tudo é dito como um cochicho amoroso, como um convite ou um olhar de sedução.
Os poemas estão alinhados na mesma temática e percorrem uma trilha seqüenciada, que vai do encantamento do começo de uma relação entre iguais que se completam, perpassa pelo auge do prazer livre das convenções e por fim chega ao luto. O miserável luto precoce.
A linha poética amarra esses sentimentos de tal forma que o leitor acompanha com o poeta a trajetória da experiência vivida a dois e da difícil aprendizagem da solidão de quem fica. A constância do afago, as andanças, a pintura e a fotografia, a mesa posta, os lençóis removidos, o mar, o sol, o sumo do amor. “Tuas fotos, meu amor, / Castigam minha saudade.”
Nesse exercício de presença e de ausência, Alexandre canta a epifania do retorno e vive a alegria das recordações, nas benesses que a arte propicia. Até porque amor e arte sempre estiveram juntos, aqui e alhures. Já foi profetizado que “só o amor e a arte redimem o homem.”
Nos poemas contidos em Pedra de Rio há uma ligação simbiótica entre amor e loucura e não se tem como separar um do outro. O amor é o mote em todo o percurso, do começo ao fim. “Relatos de arrependimento póstumo. / Eu posso ter lhe deixado por dois anos, / Mas você me deixou por toda a vida!” Assim, Alexandre conclui seu livro frenético e apaixonante, que nos leva a crer, de fato, que só a Arte tem atributos capazes de consolar os que perdem um louco e grande Amor.
Com esta publicação, o poeta brinda seu público com uma leitura agradável, rítmica e visceral que transpõe os limites do real e alcança, instigada pela sensibilidade, as raias do devaneio e das paixões mais ardentes.
*Cármen Lúcia Dantas
Historiadora e Museóloga
25/09/09
I’M THINKING…
I’m thinking about
You... your smile...
I’LL BE THINKING…
I’ll be thinking about
You… your smile…
QUERO VER O TEU SORRISO...
Quero ver o teu sorriso
O riso no teu rosto, quero!
Que importa o resto?
MINHA VIDA É SUA...
Minha vida é sua
Sua vida é nossa
Nossa vida é tudo
Lenta. Longa.
Leve. Longe.
Nossa vida é linda.
QUANDO A LUA ESTIVER CHEIA...
Quando a lua estiver cheia
E as ondas do mar intensas
Deita a tua calma na areia
Morna e carinhosa da praia
E deixa o sol brilhar na tua
Cara o vento sou eu
SÓ VOCÊ ME DÁ...
Só você me dá a calma necessária
Para atingir o estágio divino do homem
Anjo na Terra
O AMOR NÃO É CEGO...
O amor não é cego
O amor não é surdo
O amor não é mudo
Fala com olhos e ouvidos
PENSO NA PALAVRA DOR...
Penso na palavra dor
O quanto pode e deve ser evitada
Penso na palavra luz
O quanto pode e deve ser elevada
Penso que se tanto cinza
É sempre tema
A vida fica assim
Penso que se tanto azul
É sempre tema
A vida exala de mim
VERMELHO É UMA LUZINHA...
Vermelho é uma luzinha
Um ponto aceso
No quarto escuro
Prata é um pontinho
Brilhando no céu
No início da noite
Castanhos são
Seus olhinhos
Luzindo na
Estrada noturna
AZUL: POSSIBILIDADES...
Azul: Possibilidades
Duas: Sim e não
Sim: Ao mundo, a mim
Não: Nunca
Nunca: De hoje em diante
TAVA PENSANDO...
Tava pensando em pagar a conta
Tem uma casa de palha pra barco
Na beira do mar não há ninguém lá
Pra beijar na boca só o universo verá
QUERO ARRANHAR...
Quero arranhar o céu da tua boca
Com meus dentes tarados de amor
Eu quero deixar sulcos em tua alma
O marinheiro bebe, bebe, bebe
Seu caso, o ator, vai ao mar mijar
Eles são o ambiente
Tudo deles precisa
E não cabe mais ninguém
Eles são a paisagem
Dois coqueiros
O marinheiro e seu caso
O ator
NÃO SINTO CIÚMES...
Não sinto ciúmes de você
Porque água não se mistura ao óleo
Somos água o resto é óleo
PERFURA UM POÇO...
Perfura um poço no meu peito
Até atingir o sangue-combustível
Do meu amor extrai então
O líquido sagrado que nos une unirá
E beba todo em goles calmos
Que nossa fusão seja lenta e segura
Se preferir perfura a cabeça do meu pau
Faça o mesmo com o sêmen que encontrar
COMER AS JABUTICABAS...
Comer as jabuticabas dos teus olhos
O mesmo ar é pouco
A mesma saliva já não satisfaz
Mas derrama esse mel sobre tudo meu
Pra amortecer a espera
Não quero e não posso sentir dor
VOCÊ QUER O CÉU...
Você quer o céu é seu
Você quer a luz é sua
O que você quiser eu dou
Aqui nas estrelas
O céu silencia por nós
Pense em mim penso em ti
É dia no escuro
EU NÃO TENHO DOR...
Eu não tenho dor pra te dar
Se a der como vou viver
Você é minha salvação
Pra você o melhor de mim
Mesmo que esteja muito ruim
REI E ESCRAVO...
Rei e escravo são os dois
Pólos desse mesmo amor
A cor dessa cidade somos nós
O marinheiro e o ator
Ambos à toa, mas nunca à tona
Só nos interessa o fundo
O profano e mais do que nunca
O sagrado sim meu amo lhe amo
LONGE DOS FARPADOS A ARAMES...
Longe dos farpados arames
Quebramos o silêncio
Indo de encontro um ao outro
Querendo mesmo acender um cigarro
E saciar esse vício delicioso
VEM, MEU AMOR...
Vem meu amor vamos ver no escuro
Onde o céu e o mar se encontram
Espuma branca, nuvem e fumaça
Quero me intoxicar com teu cigarro
Estar embriagado de ti constante mente
Unamos nossos miolos e vísceras
EU ENTERRO MEUS PÉS NA AREIA...
Eu enterro meus pés na areia
Enquanto espero a hora de enterrar
Meu pau no teu cu meu corpo no teu nu
POIS QUE A HISTÓRIA COMA MEU CU...
Pois que a história coma meu cu
Goze antes de mim e eu entenda
Mas bata com gosto na cara dela
A RESPIRAÇÃO SECANDO SEUS DENTES...
A respiração secando seus dentes
Marcados pelos cigarros da vida
A saliva espessa nesses dentes
Longos, finos, perfeita corrente
Faz-me querer comê-los ao dente
Eles são a minha vida e o trem que me leva
Os olhos, as mãos, a alma, a boca...
Ah, por favor! Sem palavras, cem palavras...
ME COME AVIDAMENTE...
Me come avidamente
Sua voz meu sexo aberto
Sua voz a ama de minha boca
Sua boca meu amor extasiado
Boca de cigarro que queima arde e consome
De brasa vira cinza figura dona!
Vamos virar azul, ar azul?
EU QUERO MORRER COM VOCÊ...
Eu quero morrer com você eu já morri faz tempo
E precisava do seu vácuo final daquele que sou eu
Me salva me leva para além das poesias cósmicas
Te levo eu sou a areia da praia que você espraia
Dizendo pra mim que tem mil anos
Vamos nos dar os pés e mergulhar no mar em busca do céu
O paraíso somos nós fundidos, fudidos
- Eu sou bobão na paixão
-Será?
-Sei lá!
- Rarará
A PRIMEIRA FRASE É SEMPRE SUA...
A primeira frase é sempre sua
Cure minha alma desesperada, nua
Seja o sândalo sobre minha ferida exposta
Machado e sândalo retalha e morre
ESCREVER DE LUA DE SOL E PÔR...
Escrever de lua de sol e pôr
Coqueiros alamedas amendoeiras
Ao longo da praia da Avenida
Quer-se do monstro o beijo
Vê-se no injusto o puro
E assim deixo seu amor penetrar
Minha chaga cicatrizando
Mantendo acesa a chama
Me ama se ama fim começo flama
Delicadamente desaguar
Uma explosão que nos leve à lua
E nos traga de volta
Voltar é o que não se quer
Temo ficar quero ir
Sabendo de uma ida sem fim
Quando a pedra é o ar e o mar o céu
Instaurada a loucura
Dessa larga entrega de duas vidas
TUAS FOTOS
Tuas fotos, meu amor
Castigam minha saudade
Todo dia cada foto cresce
Em tua ausência
E eu corro louco de um cômodo pra outro
Só pra te esquecer
Mitifico teu nome
Noturno à beira mar com a garrafa na mão
Danço bebo e fumo nesse pardieiro
Volto invadido perdendo os adereços pelo abismo
Na sede de nunca te deixar acordo atordoado
Tentando colher flores e arrumar o quarto
E me deparo com teu rosto na parede
Benditas fotos que de nada servem
A não ser pra me deixar mais louco
Rouco, trôpego e sôfrego querendo morrer
Como a pedra que divide o rio
Você passa por meu corpo sem parar
Água corrente e ligeira passa
Definitivamente e sempre
O que farei quando o rio secar?
SEU PERFIL...
Seu perfil
Perfeito
Feito pra mim
Perfeitamente feito
Para mim
O seu perfil
NÓS SOMOS O BRANCO...
Nós somos o branco
Queremos fazer a passeata
Das palavras em branco
FAREI TUDO POR ESSE AMOR...
Farei tudo por esse amor
Trarei corais à tona
Entorná-los-ei à boca
Secarei o mar
Brilharei cravado em arrecifes
NA DANÇA DA VIDA...
Na dança da vida
Teremos nossas noites de gala
De disco, carnaval
Nossas vidas brilhando
Sob luzes olhares e aplausos
Nas luzes da cidade
Desceremos escadarias de carrara
Sob adrenalínicas ovações da platéia
HÁ UMA PENA INDIANA...
Há uma pena indiana
Acariciando a minha dor
Há o signo da vida
Tatuado no meu sonho
Um pentagrama me acalma
E chicoteia meu atrevimento
O nove na parede
Quer matar o demônio
As bruxas os duendes e o amor
Luzirem minha lua negra
Acompanha-me por toda a vida
Aquela figura doida que é Deus
Amigo de viagem, me deu um toque:
“Eu sou teu guru
Não precisas fazer nada
Dou-te tudo
Não te preocupes
Tua função na Terra é amar
De certo, muito amado serás
Encantei-te com uma mágica:
Não resistirás ao amor”
E eu que idiota não sou
Ainda mais guiado por um louco desse
Não iria contrariá-lo
Quem sou eu
Enfeitiçado por um Deus que nem mesmo escolhi
Eterno apaixonado e amante sou
Sempre sugado às raias da insanidade sana
À casa do amor
Digo ao ímpios:
“Esqueçam-me
Sou miragem, paisagem
Imensidade, luminosodade
Aquele que retornará
E tornar-se-á
Sempre mais forte
Com um detalhe
Sempre à dois
Lindamente acompanhado”
EU SOU O SEU SINÔNIMO...
Eu sou o seu sinônimo
Você minha espada
O mundo a gente vê de fora
Vibrações já somos humildemente
Hoje, dia solar
Brilho refletido
Realização plena
As palavras já foram ouvidas
As músicas cantadas
E o resultado anunciado
Hoje as asas de um anjo
Repousam sobre meu cansaço
E me tiram trinta anos
Agora, a descoberta do enigma
É momento de fazer girar
A roda da fortuna
ESSA NOITE...
Essa noite
Carrega no íntimo
O maior sol do mundo
A LUA...
A lua
O lago
O caminho
Líquido
Dourado
As nuvens
As montanhas
O vôo
VEM MEU AMOR...
Vem meu amor
Meu grande e verdadeiro amor
Vamos ver o escuro onde a lua brilha
QUERO FICAR PERPLEXO COM VOCÊ...
Quero ficar perplexo pelo caminho
Perder o nome a memória
Virar sonho com você
PRONTO AMOR...
Pronto amor
Chegou a hora
Seu avião partiu pra Sampa
E a gente já chorou vacância
Passo a quinta e vôo na Expressa
Guardei a multa do aeroporto
Ataquei de My Sweet da RoRo
E essa poeira nos olhos
Que só sabe arranhar
BOCA DE FRIO...
Boca de frio
Pernas de veias saltadas
Pelo e pele de ouro
Branco virás aos sóis azuis
BOCA
Minha boca
Lambe teus pés
Mama o tornozelo
Chupa panturrilhas
Morde coxas
Prende pêlos pardos
Aperta teu bico vermelho
Engole o maxilar
Beija colado na boca
Cai na cama respira fundo
Expira feliz e dorme em paz
HÁ VENTOS BRANDOS...
Há ventos brandos e um neblinar no cais
Maremotos há tempos que não quero mais
Tempestades temporais
Roupas negras negros ais
Vale mesmo a vida simples do amor
Discos livros seu sabor
Descanso longe da demência da loucura
Ah, isso é que é saber viver
Calmamente viver
Curando as neuroses
Vendo um caminho lindo com você
A GENTE ACORDA...
A gente acorda no Albergue
E olhando pro canal de Veneza
Faz amor, meu amor
Levanta toma banho, leite, suco de framboesa
Ainda deitado te amo mais
Mais e mais quero olhar pela janela
É dia em Veneza meu amor
Vamos à Roma, à Praça de Espanha
Jogar moedas na Fontana de Trevis
E dizer pra todos
Que somos cidadãos do mundo
No meio de um lugar
Cinematograficamente lindo
Vamos até o Lido
Dar um passeio noturno
Escolher nosso castelo mouro
Depois a gente foge pra Grécia
E abre a janela pra antes de Cristo
Dia de sol, vento gelado
Você tira da mala seu perfil italiano
Põe a calça preta a Hering regata
Os óculos que escondem a bondade e a doçura
Do castanho claro de teus olhos
E numa ilha daquelas
Finalmente e agente vira peixe
Paisagem, imagem marinha azul-turquesa.
GOLDEN HAIR...
Golden hair, for you...
Blue
Sky and sea
White
Sand and sunga
And sou
Sou sua
TÔ NA PAJUÇARA II...
Tô na Pajuçara II
Armo sua chegada
Quero flores no quarto
Velas e música
Queria dormir até o dia
De tua chegada
NA VEIA
Antes de abrir os olhos
Abrindo os olhos, a janela, a torneira
Ante o espelho sobre o lavabo
Molhando o rosto, os olhos, os dentes
Sob a água fria do banho
Passando perfume, desodorante, creme
Sob o edredom macio
Dormindo com o Max, a Pérola
Enchendo as vasilhas de água, comida
Dando comida pra eles
Vestindo a calça, a blusa, a bota
Para enche o ar Bethania, Zizi, Fafá
Tão cedo inflado de amor
Daí eu saio às ruas
E permanece presente, constante, diariamente
A alegria que sinto
Virando olhos distantes, interiores
Ficando triste, introspectivo, calado
Estando distante, tão perto, na veia
Você
HÁ UM QUÊ DE MIM...
Há um que de mim nos buquês
E um ser de buquê em mim
Um buquê silvestre eu só
Duplicado nesse belo mar de flores
Estou tatuado até na tua aura
Estou tatuado até na tua energia
Estou tatuado em todos os teus elementos
Estou tatuado em tu que é mundo e cosmo
COMO EU QUERIA EXPLICAR...
Como eu queria saber explicar
A atemporalidade das coisas para você
E a maneira que encontramos, eu e ele
De vivermos sem farpas, flechas, arranhões
É tudo muito simples
Ninguém se fere, ninguém se machuca
Como naqueles sonhos que todo mundo tem
De bons tempos, bons ventos, corpos soltos
Vivemos sim dias ensolarados
E queremos sim, eu e ele
Que assim seja para sempre
Como eu queria não precisar explicar
A atemporalidade das coisas para você
TÃO BOM ESTAR NO AR...
Tão bom estar no ar e olhar
As nuvens de cima, a Terra de cima
Melhor seria andar sobre elas
Vagar, poder voar, ter asas
Flutuar, ser ave e migrar
Se livre no mundo e pousar
Sem pressa em qualquer árvore
De qualquer chão, a qualquer tempo
PEDRA DE RIO
Onde eu nasci passa um rio
Repleto de pedras
Mas a pedra do meu rio
Não está lá!
Revejo paisagens
Velhos amigos
Mas a pedra do meu rio
Encontra-se na beira do mar
Junto ao cais
Onde atraquei o barco
Da minha vida
Onde a ferida
Encontrou cicatrização
Onde o fim da tarde e o amanhecer
Tem a mesma cor
E o mesmo tom
E o mesmo gosto
E o mesmo som
O mesmo cheiro
E tempero
Onde água e pedra são um
Onde você e eu somos
Hummmmmmmmmm
YOU’RE MY PANSY
You’re my pansy
I’m your pansy
Nosso amor-perfeito
HOJE NÃO QUIS IR A PARQUE ALGUM...
Hoje não quis ir a parque algum
Deixei de lado os golfinhos
Baleias e focas
(no kids crying out my name)
Preferi caminhar com você
Road afora
Lhe levando pela mão
N. Poinciana Boulevard
W. Bronson Hwy – 192
Siesta Lago Drive
Manhã fria, céu azul calmo, no clowds
Gaivotas voaram sobre nossas cabeças
E pousaram leves na beira do lago
De azul intenso
Ao lado das garças graciosas
E elegantes
De volta à casa
Ouvimos os cd’s, que ainda ouviremos
muito juntos
Janis, Kate, Bessie, Ella, Bette,
Cocteau, como nós, Twins
SEU ROSTO BRILHANDO NA LUZ DO SOL...
Seu rosto brilhando na luz do sol
De inverno
Refletido no frio da água
Na piscina
No suave azul do vidro do copo
Gin tônica
Tônico on the rocks
O vento agitando os pinheiros
Sussurrou seu nome
Tudo verde/azul
Tudo saudade/calma
Agora sua boca toca a minha
E umedece os lábios ressecados
Pela ausência de sua saliva doce
Agora o calor do carinho de sua mão
Intumesceu meu pau
Que chora a falta do seu
Agora passo a mão no meu cabelo pardo
Afago o símbolo da vida
E navego em você
E assim
Gozamos
Miles and Miles away
SOMOS ANJOS DE UMA ASA SÓ
Somos anjos de uma asa só
Abraçados podemos voar
Que o céu seja nosso em 94
E sempre
“MY HEART BELONGS TO DADDY”
“My heart belongs to daddy
And my soul
And my sex
And the rest
Ôh pazinho!
“You are always on my mind
You are always on my heart”
I’m yours
You’re mine
Kiko
Kikinho
Kinho
Amor
Amorzinho
“Love is in the air
Everywhere around”
ON THE ROAD…
On the road
Your face
Every redden mile
Your smile
Facing the bus
Your long arms
Bridges across
My loving body
Your hair
Palm trees and pines
Along the way
Far away?
You’re my highway
Anyway
Anywhere
AGORA É SÓ CÉU E MAR…
Agora é só céu e mar
Só a metade da lua se vê
A outra metade oculta
Presente como você
Agora é enfrentar a América
Com você tatuado em mim
Aura e energia unas
Agora é sermos um
Como já somos
E seremos serenos
Onde quer que esteja
Ou esteja você
O SINGULAR JÁ NÃO EXISTE...
O singular já não mais existe
Tudo é primeira pessoa plural
NA PRIMEIRA TARDE DESSE NOSSO ANO...
Na primeira tarde desse nosso ano
Você veio cavalgando as nuvens suaves
Que pairavam leves e lentas
Sobre o azul do céu
Como a lua que vem brincar
Com o brilho do sol
Veio seu corpo azul
Seu sorriso igualmente anil
Seu braço estendido
Puxando-me pra cima
Levando-me para a calma
Transformando-me em nuvem
Anilina na plenitude do Cosmo
E lá flutuando fizemos amor
E nos tornamos um só azul
SE BOCA ÉS SALIVA TUA SOU...
Se boca és saliva tua sou
És água de sal que lubrifica olhos meus
Somos o ar que nossas narinas aspiram
O mesmo esperma que jorra de ti em mim
Fecunda a vida que somos cromo-somos!
E como...
AMARELO...
Amarelo
Branco
Verde
Azul
Vermelho poente
Eu
Você
A vida
O belo
O viver
ON AIR
Olhe o céu vermelho
Você está no pôr do sol
Nem aqui ou em Sampa on air
Olhe rápido o resto de mar
Turqueza blue, olho de anzol
Antes do sono estrangeiro
Veja as nuvens de algodão doce
Prove o gosto da lua de chiclete ploc laranja
Beije a face macia de deus
A natura cura a falta de eu
Enxuga as lágrimas sacanas
Como se controlar possível fosse
A QUINTA
Pronto amor chegou a hora
Seu avião partir pra Sampa
E a gente já chorou vacância
Passo a 5ª e vôo na Expressa
Guardei a multa do aeroporto
Ataquei de My Sweet da Ro Ro
E a poeira embaça meus olhos
PAREI NUM BOTEQUINHO...
Parei num botequinho
Com mangueira, cajueiro
Cadeiras e mesas brancas
Final de tarde, música brega
Você longe e nunca tanto assim
Ser só e olhar só
Meus olhos casaram-se
Tudo se vê pela metade
Querem saber o que você veria
Nos tijolos pintados
Do gatinho que parece com o nosso
Quando o Detran parar de parar
Vou pegar a estrada de casa
Onde vou desfalecer sem nós
AGORA VOCÊ AÍ...
Agora você aí
Que luzes todas brilhem
Suas estrelas lunares intensamente
Jorro de vida
Você é uma vida pura
O Sol
Homem de vibração visível
Ver-te, espelho meu
Faz-me crer na vida
Delicadas sejam as delícias
Que a vida te der por aí
Incontrolavelmente flua sorriso
Espalhando bela admirável energia
O mundo urge de encantamentos
De um sol brilhando em cada rosto
Sua bondade e doçura salvam o mundo
Sorriso cheio de cores vermelho azul e verde
Viver seria a Disney
Sol do meu mar ar do meu sol sal da minha pele
VOU ME DEITAR NA REDE...
Vou me deitar na rede
Ligar a TV sem ver
Sugar o colorido
Deixar que façam a vida
Até o sono chegar
Dormindo distraidamente
Sob o lençol o frio o vento
Sonhar acordar sonhar
Descansa o corpo
amanhece outro dia
menos um
MADRUGADA NO CARRO...
Madrugada no carro
Cerveja poesia cigarro
Hoje eu não vou pra casa
Que o felino durma fora
A felina que me acorda durma
Cadeados que me trancam, lacrem
Pássaro pequeno cresce em mim
Inocente conformação
Semana difícil
Agora tomo conta de tudo
Mudo resignado apaixonado
Dono de mim decido arrisco
Mando no temor cuido com amor
Cansado quero ver a vida na tela
Ficar olhando morgando sem pensar
NUNCA UM MÊS CUSTOU TANTO A PASSAR...
Nunca um mês custou tanto a passar
Meia noite e um e já é outro dia
Tempo espaço que te roubam de mim
Medro choro calado
A vida quer assim
No boom do nosso amor
A América me assalta
Insônia dirijo a noite toda
Amanhece
UM AMOR QUE TOMA TODA A PÁGINA...
Um amor de tomar toda a página
Aquele que vem certeiro decidido
Se eu não mandasse em mim diria assim?
Amor inteiro da cabeça aos pés
Nada quebra queima apaga fere
Todo o destino por nós nada sabemos
Eu te amo tu me amas nada mais
AQUI NESSE MESMO LUGAR....
Aqui nesse mesmo lugar
Que você me contou seu segredo
Onde eu não lhe segreguei
Parei pra beber sem você
Aqui onde pela primeira vez
Eu então te disse eu te amo
E você disse então casa comigo
23
Fico contando os dias
Às vezes fico tão eufórico
Que faço a conta do dia seguinte
Ah! Que bom
Hoje já é amanhã
Madrugada
Sozinho no carro
Última cerveja
23 dias para você chegar
ESCUTO A JANE DE TI E DE MIM...
Escuto a Jane de ti e de mim
Que chegou de São Paulo
Amarrada na caixa na mala
Rasguei o pacote apressado
Soltei a voz dela no ar
Gravei uma fita linda
Há três dias só a ela escuto
Pra poder escutar só você
KIKINHO...
Kikinho
Paizinho
Daddy
Kiko
Amorzinho
Sweetness
Sweet dream
Darling
My man
Love
Amor
Meu amor
Te amo
Te quero
Te como
Te dou
Te chamo
Te sei
Te sou
Nus somos
OLHA A LUA...
Olha a lua
Vê que lindo!
Você me ama
Estou amando
Sou louco por você!
Boa noite
Saudade
Durma bem!
Bom dia
Olha o sol
Sente o ar!
Olha a vida
Você é louco por mim!
Ô amor...
Que saudade!
Olha o por do sol
Amor
Que saudade!
AVE
Certifico-me
Na existência de meu corpo neste planeta
Tempo século história estória amores
Conceituo-nos
Somos um corpo só uma alma só
Vida ávida pássaro da vida alimento de pássaro ave
Pressuponho-nos
Voando eternamente o céu azul de sempre
Cosmo que juntou-nos em um só
Atrevo-me
Morreremos juntos de mãos dadas quero
Subiremos os degraus sem corpos que pesem
SALADA DE FRUTAS
Amigo
Contigo
FIGO
Fico
Rico
Rio
Ame
AMEIXA
Mexa
Remexa
Reme
Rumo
A mim
ABACATE
Resgate
Reate
No ato
Gato!
TAMARINDO
Te
Amar
Rindo
Espera que a pêra amadureça
E esquece das outras frutas
Eu nunca quis caquis
Então fica aqui comigo
Vamos tomar água de côco
Meu figo roxo
Fica mais um pouco
Está tudo bem!
O AMOR...
O
Amor
Perdoa
Tudo
....
CALMA LUA CHEIA...
Calma lua cheia
Esvazia-me um pouco de você
Lentamente a casa escura acende
Revelando cômodos novos, novas camas
Pouco a pouco
Redescubro quem sou
Traço novas rotas
Outros rumos
Filtrando
O que você
Despertou de bom em mim
Pinturas íntimas
Do norte do mundo
Grandes batalhas, anjos
Cabelos de pelo de carneiro
Esculpidos em mármore
Inocentes querubins cacheados
Poemas póstumos
DESISTI DESSE AMOR...
Desisti desse amor
Pelo sonho da beleza
Da pureza, da doçura
Desta paixão selvagem
Tanta dor havia
No final do nosso amor
Tava cansado de sofrer
Tinha medo de morrer
Drogado, depressivo
Alucinado, sem tesão
Teu corpo só, meu corpo só
Meus medos, silêncio
Quis ser feliz, me tornei nativo
Amei lagoas, restingas
Dois nascentes e poentes
Invernos quentes
Jardins e quintais molhados
O amor completo
Viva Lúcia Guiomar
Os amantes selvagens da vida
Viva! Àqueles que tem na veia
Sangue, sal, sol e sexo
Arte na veia!
Viva a vida!
Que sejamos todos assim!
Amor e arte na veia!
Hoje vou dormir mais tranqüilo
Porque estou colocado
Você no lugar de onde nunca saiu
O céu te conquistou definitivamente
Leva-me com você, amor
Estou aí com você?
Ainda estás aqui?
ONDE ANDAS AGORA...
Onde andas agora, querido?
Não gosto nem de pensar nisso
Porque sem resposta enlouqueço
Ias gostar de ver a saudade
Nos meus olhos cheios de lágrimas!
NÃO TENHO CONSEGUIDO TRABALHAR...
Não tenho conseguido
Trabalhar nem me concentrar
Na minha cabeça só há você
Relatos de arrependimento póstumo
Eu posso ter lhe deixado por dois anos
Mas você me deixou só pra toda a vida!
3 comentários:
Olá Alexandre, tudo bem?
Você é autor de um poema intitulado Beijos de Amora...o destino era outro mas tomei-o para mim. Tem como postar no seu blog? Um grande abraço.
Toni de Luca
Tony, quanto tempo...
Tony, quanto tempo...
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